Os resultados do 1º semestre de 2021 apontam a produção de 10,79 milhões de doses de sêmen e venda de 7,83 milhões de doses, segundo a Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia). O salto foi respectivamente de 103% e 41% na comparação com o 1º semestre de 2020. Em 2020, a venda de 16,33 milhões de doses, 38,26% a mais que em 2019.
No entanto, apesar do grande avanço desse mercado, o que deve promover uma maciça oferta de bezerros nos próximos anos, o presidente da entidade, o engenheiro agrônomo Márcio Nery, ainda prevê que a oferta de animais de reposição ainda deverá ser restrita, mantendo aquecido a valorização dos preços de bezerros e boi gordo pelo País.
“Pode ser que em 2022 mais fêmeas comecem a entrar em produção, ou seja, teremos uma renovação de fêmeas em 2022 e talvez em 2023 a gente pode ter um aumento de produção de bezerros. Isso porque a pecuária pode crescer com a integração lavoura-pecuária assumindo também o papel de compradores desses bezerros. Então, o aumento da produção de bezerros desmamados de machos e fêmeas continue a não ser suficiente por conta da demanda internacional e nacional”, explica Nery.
Um dos principais reflexos é a consolidação de um pecuarista mais eficiente à frente de uma atividade cada vez mais lucrativa, por conta dos ganhos de produtividade. Esse cenário já é constatado pelas fazendas, Brasil afora, segundo Nery “Várias fazendas que eu visitei esse ano que tem agricultura e pecuária disseram que a pecuária de corte bateu a soja e o milho. Mas esse melhoramento genético vai permitir que essas constatações e que essa validação financeira do negócio continue, com toda a certeza”, diz Nery.
Para ele, com a aceleração do melhoramento genético, com ênfase em precocidade sexual, a partir das técnicas de IATF, aos poucos vai reduzir o tempo do primeiro parto das novilhas. Fazendas que empenhavam as fêmeas aos 32 meses passam a emprenhar esses animais aos 22 meses.
“As eficiências da pecuária de corte vão acontecer. Então entendo claramente que o rebanho nacional não cresce, mas se mantiver esse número de cabeças, vamos produzir três a quatro vezes mais do que a gente produz hoje”, diz Nery.
Outro dado importante revelado pela Asbia é a taxa porcentual de fêmeas que estão efetivamente sendo inseminadas no País. No ano passado, o índice foi de 22% e nesse primeiro semestre já atinge cerca de 23% do rebanho de matrizes de corte no País.
“Pode parecer pouco, mas quando a gente compara com os nossos competidores como a Argentina, o Uruguai, os Estados Unidos e a Austrália, são países que têm em média de 7% a 8% de taxa de utilização da inseminação artificial em seu rebanho de vacas”, diz o presidente da Asbia.