A tecnologia dos drones na pulverização de agrotóxicos

Mas quanto um produtor precisa desembolsar para adquirir um drone próprio? “Existem diversos modelos de drones que podem ser aplicados ao agro. Temos desde aqueles com uma câmera simples que só tiram foto e acompanham a produção de cima, como se fossem o ‘olho do dono’ e custam de R$ 7 mil a R$ 10 mil e os mais sofisticados, com sensores mais caros que identificam pragas e doenças na lavoura. Esses podem ultrapassar os R$ 50 mil”, conta.

Agora se o uso for para pulverização, que é uma demanda muito grande no Brasil, visto a crescente substituição dos pulverizadores costais, pode custar de R$ 150 mil a R$ 300 mil, dependendo do modelo, explica.

Antes da Portaria 298 do Mapa, os veículos aéreos não tripulados autorizados para a pulverização das lavouras eram apenas os de Classe 3, com peso máximo de decolagem de até 25 kg e que carregam cerca de 15 litros de defensivos agrícolas e afins. Neste cenário, o pesquisador da Embrapa detalha que esses equipamentos são capazes de cobrir até dois hectares em cerca de cinco minutos. “Considerando o trabalho de ir, jogar o fertilizante, voltar, carregar com mais produto e recarregar a bateria, esse drone tem rendimento médio de 35 a 40 hectares por dia. Esse número não é maior, obviamente, porque a pulverização precisa obedecer certos horários do dia e condições climáticas para acontecer”, contextualiza.

Para a diretora da TOTVS, é inegável que tecnologia aumenta a produtividade geral do trabalho no campo, seja pela automatização de todos os processos da lavoura, pela aplicação de IoT nas máquinas agrícolas ou pelo cruzamento de dados para a tomada de decisões. “Chegou a hora de incluir os drones e todas as suas vantagens nesse pacote. É mais um caminho sem volta, onde todos saem ganhando”, considera.

Empregar um único VANT para atividades diversas, como aplicação de insumos, análise de densidade de solo, identificação de pragas ou ervas daninhas e medição da produtividade da lavoura já é possível, de acordo com o pesquisador da Embrapa. “Já existem drones em que é possível identificar problemas na lavoura através de sensores e já liberar os produtos que vão combatê-lo. Existem sistemas baseados em inteligência artificial embarcados no aparelho que permitem processar em tempo real as imagens e fazer a tomada de decisão. Um exemplo é a liberação de insetos controle ou  mesmo a pulverização localizada de químicos controlando pragas e doenças”, explica.

Castro Jorge também lembra que no mesmo computador a bordo pode ser feita a contagem de plantas ou mesmo toda identificação de anomalias da lavoura em um único voo. “Lógico que essa tecnologia ainda não está disponível para o pequeno e o médio produtor, mas temos esperança de que esse tipo de sistema barateie no futuro”.

Canal Rural, Soja: será que um drone pulverizador funciona mesmo? Entenda!, 2021. Disponível em: https://www.canalrural.com.br/projeto-soja-brasil/soja-sera-que-um-drone-pulverizador-funciona-mesmo-entenda-2/.