Manejo nutricional: qual a sua importância?

Quando se fala em bovinos mantidos a pasto, a qualidade e a quantidade da forragem estão entre os principais fatores que influenciam a produtividade animal. As plantas forrageiras são responsáveis por fornecerem energia, proteína, minerais e vitaminas aos animais em pastejo com um baixo custo alimentar.

Contudo, estas estão sujeitas à estacionalidade de produção, apresentando boa qualidade e produtividade durante o período das chuvas, mas com perdas quantitativas e qualitativas durante os períodos secos do ano

Quando os bovinos não têm disponibilidade de pastagens com níveis mínimos de fibra e nutrientes, o desempenho produtivo destes animais é comprometido. Neste cenário, a probabilidade de que ao final do ciclo produtivo os animais não tenham apresentado o desempenho satisfatório é alta, o que provoca impacto negativo sobre a rentabilidade do sistema.

Para que isso não aconteça, é fundamental o planejamento nutricional antes do início do ciclo produtivo, para garantir que os níveis mínimos de nutrientes alimentares sejam oferecidos aos animais para atender suas exigências e o animal continue ganhando peso durante o período estabelecido.

Dessa forma, permite-se que os animais possam apresentar o desempenho satisfatório para que os objetivos produtivos e econômicos do sistema sejam alcançados.

Em um bom manejo nutricional, busca-se em geral maximizar a produção biológica e/ou econômica para determinado cenário socioeconômico, minimizar custos produtivos e garantir a sustentabilidade do sistema.

Durante o período de maior disponibilidade de forragem, podemos utilizar de suplementação também, diferente do período seco, onde além de corrigir as deficiências nutricionais das pastagens, aumentamos o consumo do capim mais seco.

Durante as águas, o pensamento é em maximizar os ganhos, ganhar ainda mais desempenho no período onde as pastagens são favoráveis, a conta não é simples, e não devemos simplesmente suplementar para ganhar mais, a estratégia deve compor um planejamento global e ser rentável economicamente.

Outro fator importante para se estabelecer o manejo nutricional dos animais, é a realização de uma análise sobre a viabilidade econômica. Não adianta fornecer alimentação diferenciada aos animais, garantindo bom desempenho, se ela não apresentar custo benefício favorável ao sistema. Em outras palavras, a produtividade animal tem que pagar o investimento realizado com a suplementação.

Por exemplo, em um sistema de cria onde a disponibilidade de forragens não atende aos requerimentos nutricionais das vacas em determinado período do ano, elas precisarão ser suplementadas.

Antes de qualquer decisão, deve-se realizar a análise da viabilidade econômica e o custo benefício da adoção desta estratégia. Isso pode ser realizado de diferentes maneiras, dentre elas, uma análise onde são levados em conta parâmetros como custo do suplemento, o tempo de suplementação e as taxas de desmame conseguidas (kg de bezerro desmamado/vaca/ano).

Somente através dessa análise e planejamento será possível garantir que o sistema apresente índices produtivos adequados com rentabilidade satisfatória.

Ressalva importante é que não devemos levar em conta somente os custos diretos com o suplemento, seja ele concentrado ou volumoso, os cálculos devem ser amplos levando em consideração, toda a logística e a operação envolvida no programa nutricional.